Viroses: o que são, causas, sintomas, tratamento e mais!
Por CAROLINE GONCALVES DA COSTA as 11:25 - 3/07/2025 Saúde
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Segundo o artigo “The Global Virome Project”, estima-se que, em proporção global, os vírus superam as bactérias em uma relação de 10 para 1. Um número bem impressionante, não é mesmo?
Dito isso, é natural existir uma ampla gama de doenças causadas por esses microrganismos, conhecidas como viroses, que, no sentido amplo da palavra, refere-se a qualquer condição causada por um vírus.
No dia a dia, é comum usarmos o termo “virose” para nos referirmos a qualquer condição com desconfortos gastrointestinais (como náusea, vômito e diarreia), sintomas gripais (como congestão nasal, coriza e tosse) e até mesmo condições mesmo sem um diagnóstico preciso. Contudo, a verdade é que as viroses englobam uma ampla variedade de doenças — e suas causas são ainda mais diversas.
Pensando nisso, neste artigo, vamos explicar tudo o que você precisa saber sobre viroses: o que são, quais as causas, os sintomas mais recorrentes e as principais formas de tratamento. Continue lendo para conferir!
Virose: o que é?
Uma virose pode ser definida como uma infecção causada por vírus (microrganismos) que invadem as células para se replicar. Diferente das bactérias, que são seres unicelulares capazes de viver de forma independente, os vírus precisam de uma célula hospedeira para sobreviver e se multiplicar — danificando, alterando ou até mesmo destruindo durante o processo.
Todas essas mudanças nas células desencadeiam uma série de reações no organismo, o que resulta nos sintomas que chamamos de virose. Devido à sua alta capacidade de disseminação, essas infecções podem afetar (e muito) a qualidade de vida das pessoas, além de serem comuns em períodos de baixa imunidade ou durante mudanças bruscas de temperatura que já impactam nosso bem-estar.
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O que causa virose?
As viroses, como o nome sugere, são causadas por vírus, mas podem ser transmitidas de formas diferentes. Entretanto, antes de explicá-las, é importante conhecer os principais tipos de virose, divididos basicamente em: respiratórias, gastrointestinais e as transmitidas por vetores. Com isso em mente, vamos às formas de transmissão:
Transmissão de virose: principais formas
1. Contato direto
Ocorre quando há contato físico entre uma pessoa infectada e outra saudável. Beijos, abraços ou apertos de mão são exemplos comuns. Vírus como o da gripe (Influenza) se propagam facilmente através desse tipo de interação.
2. Contato indireto
Acontece quando uma pessoa toca em superfícies ou objetos previamente contaminados por alguém infectado(a), como maçanetas, corrimãos e utensílios compartilhados.
3. Transmissão aérea
Os vírus também podem ser transmitidos pelo ar por meio de gotículas expelidas ao tossir, espirrar ou falar. Essas partículas podem permanecer suspensas no ar por algum tempo, aumentando o risco de infecção em locais mal ventilados, por exemplo.
4. Transmissão fecal-oral
Ocorre quando alguém entra em contato com partículas de fezes de uma pessoa infectada, geralmente por meio de alimentos ou água contaminada, além de utensílios e objetos capazes de transportar os organismos contagiantes.
5. Transmissão por vetores
Algumas viroses precisam de um “intermediário” para passar de uma pessoa para outra. Esse intermediário é, geralmente, um inseto, como um mosquito, que carrega o vírus e o transmite ao picar uma pessoa saudável. A dengue, por exemplo, ocorre por meio desse tipo de transmissão.
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Virose: sintomas e sinais recorrentes
Como mencionamos anteriormente, o termo “virose” é usado para se referir a um grupo amplo de condições causadas por vírus. Por isso, os sintomas tendem naturalmente a variar, mas alguns deles são mais comuns. Abaixo, listamos os mais frequentes:
Febre (leve a moderada).
Dores no corpo e nas articulações.
Vômitos e náuseas.
Tosse (seca ou produtiva).
Congestão nasal.
Cansaço e fadiga.
Mal-estar geral.
Dor de garganta.
Quando procurar ajuda médica?
Embora a maioria dos casos de virose são tratados em casa com repouso, hidratação e, se necessário, medicação com prescrição médica, alguns sinais exigem certa atenção profissional a mais. Nesse caso, não deixe de procurar ajuda ao apresentar sintomas como: febre alta persistente, dificuldade para respirar, dor intensa no peito e desidratação severa.
Virose: fases de desenvolvimento
Para se cuidar e se proteger adequadamente contra uma possível virose, nada melhor do que compreender como esse tipo de condição age no corpo, certo? Por isso, vamos explicar como esse tipo de doença se desenvolve, desde o momento do contágio até a completa recuperação. Entenda melhor a seguir:
1º fase da virose: tempo de contágio/exposição
O tempo de contágio é o período em que uma pessoa infectada pode transmitir o vírus para outras — podendo variar bastante conforme o tipo de virose. Mas, em geral, muitas delas já são contagiosas antes mesmo do surgimento dos sintomas, tornando a contenção da transmissão mais difícil.
2º fase da virose: tempo de incubação
A fase de incubação é o intervalo entre a exposição ao vírus e o início dos sintomas. Durante este período, o patógeno se multiplica no corpo da pessoa hospedeira sem causar sintomas muito aparentes. A duração média desta fase também varia conforme a causa da virose. Por exemplo, para resfriados comuns, o período de incubação é geralmente de 1 a 3 dias. Já no caso da COVID-19, pode variar entre 2 a 14 dias.
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3º fase da virose: pico da infecção
Depois, o corpo começa a reagir à presença do vírus, manifestando sintomas e outros sinais específicos da virose em questão — é o chamado pico da infecção. Também é nesse momento que a resposta imunológica é ativada, intensificando a defesa contra o patógeno. Essa fase pode durar alguns dias ou até semanas, variando de acordo com cada caso.
4º fase da virose: tempo de recuperação
A fase de recuperação começa quando o sistema imunológico controla a infecção, fazendo com que os sintomas diminuam e o corpo inicie o processo de cura, voltando ao equilíbrio depois de alguns dias.
5 tipos de viroses mais comuns
Entender os tipos mais comuns de viroses pode ser crucial para o reconhecimento precoce e a prevenção eficaz. A seguir, apresentamos cinco viroses que frequentemente afetam a população:
1. Gripe (Influenza)
A gripe é uma infecção respiratória que se espalha com facilidade, especialmente durante o inverno. Seus sintomas mais comuns incluem: febre, tosse e dores no corpo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os anos, cerca de 1 bilhão de pessoas contraem gripe, e entre 3 a 5 milhões desenvolvem quadros mais graves.
Vírus causador: vírus Influenza.
Forma de transmissão: principalmente por gotículas respiratórias expelidas ao falar, tossir ou espirrar.
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2. Dengue
A dengue é uma doença viral transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado. Os sintomas da condição incluem: febre alta, dor de cabeça, especialmente atrás dos olhos, dores musculares e nas articulações, diarreia, náuseas, vômitos e manchas vermelhas pelo corpo. Segundo o Ministério da Saúde, foram notificados 971.136 casos de dengue no país somente em 2020.
Vírus causador: vírus da dengue (DENV), que possui quatro sorotipos diferentes (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4).
Forma de transmissão: picada do mosquito Aedes aegypti infectado.
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3. Hepatite A
A hepatite A é causada pelo vírus HAV, que provoca inflamação no fígado. A infecção costuma ser assintomática, mas também pode apresentar sintomas como fadiga, mal-estar, febre, dores musculares e distúrbios gastrointestinais. Uma das formas de prevenção da doença é por meio da vacina, disponível no calendário básico e aplicada por volta dos 15 meses de idade.
Vírus causador: vírus da Hepatite A (HAV).
Forma de transmissão: principalmente por via fecal-oral (consumo de água/alimentos contaminados com o vírus).
4. Vírus Sincicial Respiratório (VSR)
Particularmente perigoso para bebês e pessoas idosas, o Vírus Sincicial Respiratório (VRS) é o causador de diversas infecções pulmonares e respiratórias. Os sintomas mais comuns incluem coriza, febre, faringite e “chiado” no peito. A incidência de infecções por VRS é maior nos meses de outono, inverno e início da primavera, podendo levar a epidemias durante esses períodos.
Vírus causador: vírus Sincicial Respiratório (VSR).
Forma de transmissão: contato com secreções respiratórias (tosse, espirro, etc.) ou superfícies contaminadas.
5. Herpes simples
Causado pelo vírus Herpes Simplex (HSV), o herpes simples se manifesta como feridas na boca ou genitais. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 67% da população mundial abaixo dos 50 anos está infectada com a variante HSV-1 — a principal responsável pelo herpes labial.
Vírus causador: vírus Herpes Simplex (HSV), do tipo 1 (HSV-1) ou tipo 2 (HSV-2).
Forma de transmissão: contato direto com lesões, saliva ou fluidos corporais infectados.
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Principais opções de tratamento para virose
Agora que já entendemos o que é uma virose e conhecemos os 5 tipos mais comuns, vamos conhecer as principais intervenções para aliviar os sintomas e acelerar a recuperação. Dentre elas estão:
I. Medicamentos
O tratamento medicamentoso é responsável por reduzir a duração e a gravidade da virose. Analgésicos e antitérmicos (como paracetamol), por exemplo, podem ser prescritos pelo(a) médico(a) para aliviar a febre e dores. Já os antitussígenos e expectorantes podem ser usados para aliviar a tosse, dependendo da virose.
II. Cuidados domiciliares
Em muitos casos, o repouso adequado e a hidratação são essenciais para a recuperação. Beber líquidos de hora em hora ajuda a evitar a desidratação, enquanto o descanso ajuda o sistema imunológico a combater o vírus de forma mais eficaz.
Além disso, no caso de viroses gastrointestinais, é legal priorizar alimentos de fácil digestão, visando não sobrecarregar o sistema digestivo enquanto o organismo se recupera.
Virose x intoxicação alimentar: quais as principais diferenças?
Quando se trata de desconforto abdominal, pode ser difícil diferenciar entre uma virose gastrointestinal e uma intoxicação alimentar, mas saber a condição certa é importante para a realização do tratamento correto.
Enquanto a virose é causada por vírus (como norovírus e rotavírus), a intoxicação alimentar, por sua vez, costuma ocorrer pela ingestão de alimentos ou água contaminados com bactérias, parasitas ou toxinas, como Salmonella, E. coli e Listeria.
Ambas as condições causam sintomas semelhantes, incluindo náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal. Porém, a intoxicação é conhecida por provocar febre alta e sintomas rápidos, à medida que uma virose se desenvolve de forma mais gradual.
Para um diagnóstico preciso, faça uma consulta com uma figura médica antes de começar qualquer tratamento.
Tire suas dúvidas sobre viroses
Como vimos, as viroses são um grupo de doenças causadas por vírus — microrganismos muito pequenos que não podem ser vistos a olho nu. Por ser um tema amplo, é comum causar muitas dúvidas. Por isso, respondemos a seguir algumas perguntas frequentes para você ficar por dentro do assunto!
1. Criança com virose: o que fazer?
Em caso de suspeita de virose em crianças, o primeiro passo é procurar um(a) pediatra para diagnóstico e tratamento. Também é crucial manter a criança hidratada com água, sucos, soro caseiro ou água de coco, e oferecer uma alimentação leve e de fácil digestão, como frutas, legumes, arroz, frango cozido e sopas, evitando alimentos gordurosos e industrializados.
Vale ressaltar que o repouso é fundamental para a recuperação, assim como o uso de medicamentos com prescrição médica para aliviar sintomas como febre e dor — nunca automedicando a criança.
Além disso, durante a recuperação, observe atentamente os sintomas e procure o(a) pediatra novamente caso haja piora, como febre alta persistente, dificuldade para respirar, vômitos e diarreia intensos, ou sinais de desidratação.
2. As vacinas são importantes para prevenir viroses?
Sim, as vacinas são uma ferramenta fundamental na prevenção de diversas viroses, como gripe, sarampo, caxumba e rubéola. Isso porque as vacinas estimulam o sistema imunológico a produzir anticorpos que combatem o vírus, protegendo a pessoa de contrair a doença ou de desenvolver formas graves da virose.
3. Todas as viroses têm cura?
Não, nem todas as viroses têm cura. Algumas viroses, como gripe e resfriado, são autolimitadas, ou seja, o próprio organismo consegue combater o vírus e a pessoa se recupera em alguns dias. Nesses casos, o tratamento visa aliviar os sintomas e fortalecer o sistema imunológico.
Já outras viroses, como herpes e HIV, não têm cura, mas podem ser controladas com medicamentos antivirais, que reduzem a replicação do vírus e melhoram a qualidade de vida da pessoa.
Neste texto, aprendemos o que são, as causas, sintomas, principais formas de tratamento, além de cinco exemplos de viroses. Agora ficou mais fácil saber como proceder caso essa condição te pegue de surpresa, não é mesmo?
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