Insolação: o que é, sintomas, tratamentos e causas

O Brasil é um país tropical, com temperaturas médias anuais que podem ultrapassar os 30 °C em algumas áreas. Assim, na maior parte dos dias, é comum enfrentarmos o calor, o que também significa uma boa dose de sol diária.

No entanto, embora a exposição solar seja vital para diversas funções do corpo, como a síntese de vitamina D e até a melhora do humor, seu excesso, sem a proteção adequada com um bom filtro solar, pode levar à chamada insolação. Mas, do que exatamente se trata essa condição e quais são os sintomas?

Neste artigo, vamos explicar o que é e o que causa insolação, além de pontuar os principais sintomas, formas de tratamento mais eficazes e os cuidados essenciais para uma boa recuperação. Acompanhe!

O que é insolação?

A insolação é uma condição médica causada pelo excesso de exposição ao sol e ao calor intenso, fazendo com que o corpo não consiga regular sua temperatura.

Geralmente, ela ocorre quando a temperatura corporal atinge níveis perigosamente altos, acima de 40 °C, em um curto período. Assim, os mecanismos naturais de resfriamento (como a transpiração) falham, fazendo com que o organismo não consiga se resfriar como deveria.

Diferença da insolação e do golpe de calor

Embora os sintomas da insolação e do golpe de calor (ou intermação) estejam relacionados ao calor excessivo, essas condições apresentam diferenças importantes. A insolação é causada pela exposição prolongada ao sol, resultando em queimaduras na pele, desidratação, dor de cabeça e mal-estar. 

Já o golpe de calor é uma condição mais grave, em que o corpo perde a capacidade de regular sua temperatura interna, mesmo sem exposição direta ao sol. Com isso, ela pode levar a temperaturas corporais muito altas (acima de 40 °C), confusão mental, convulsões, perda de consciência e até risco de morte, exigindo atendimento médico imediato.

Insolação: causas principais

Como mencionamos, a insolação ocorre quando o corpo não consegue regular sua temperatura interna devido à exposição prolongada ao calor intenso. Nesse sentido, o Ministério da Saúde destaca que as causas mais comuns incluem:

1. Exposição ao sol sem a devida proteção, especialmente durante os horários de pico (entre 10h e 16h).  

2. Prática de atividades físicas intensas sob o sol forte.  

3. Falta de ingestão adequada de água ao longo do dia.  

4. Uso de roupas inadequadas que dificultam a evaporação do suor.  

5. Consumo excessivo de bebidas alcoólicas, que contribuem para a desidratação.

Fatores de risco da insolação

Além das causas principais, existem fatores de predisposição que podem aumentar a probabilidade de ocorrência da insolação. Alguns deles incluem:

1. Pessoas com idade avançada, devido à menor capacidade de termorregulação.

2. Doenças cardiovasculares, como insuficiência cardíaca e hipertensão (podem dificultar o bombeamento de sangue e, assim, a dissipação do calor).

3. Crianças pequenas, pois são mais vulneráveis e seus corpos aquecem mais rapidamente do que os das pessoas adultas.

4. Uso de medicamentos, como os diuréticos e os antidepressivos, já que afetam a capacidade do corpo de regular a temperatura.

Leia também: Quais os fatores de risco da desidratação

Como a exposição solar excessiva provoca insolação?

A exposição solar excessiva, como vimos, é um dos principais fatores que pode levar à insolação. Isso acontece porque, ao sobrecarregar os mecanismos de regulação térmica do corpo, o organismo tenta dissipar o calor por meio da sudorese quando exposto ao sol intenso.

No entanto, em condições extremas, como quando a exposição solar é prolongada ou a umidade do ar é alta, essa capacidade é superada, resultando em um aumento perigoso da temperatura corporal.

Vale ressaltar que a insolação não é somente um problema temporário. Seus efeitos podem durar por um bom tempo na vida de uma pessoa, isso porque exposições repetidas podem causar complicações sérias, como o aumento do risco de câncer de pele devido aos raios UV. 

Além disso, o estresse térmico contínuo pode prejudicar órgãos vitais, como o coração e os rins, o que pode gerar condições crônicas, como hipertensão e doenças renais.

Insolação: sintomas e sinais

Os principais efeitos de insolação solar são, no geral, físicos e comportamentais, surgindo progressivamente durante o tempo. Dentre eles estão:

1. Temperatura corporal elevada.

2. Pele quente e seca.

3. Pulso acelerado.

4. Náuseas.

5. Tontura.

6. Confusão mental.

7. Distúrbios visuais.

Contudo, a condição ainda pode causar sintomas mais graves, principalmente dependendo do tempo de exposição ao sol. Nesses casos, os sintomas podem variar em intensidade e duração, mas incluem: 

• Temperatura corporal extremamente alta.

• Respiração rápida e dificultosa.

• Palidez (às vezes seguida de desmaio).

• Convulsões.

• Extremidades arroxeadas.

• Fraqueza muscular.

• Coma.

• Morte.

Tipos de insolação e suas características

A insolação pode se manifestar de diferentes formas, dependendo dos fatores que a desencadeiam. A seguir, entenderemos as principais categorias desta condição:

1. Insolação clássica (ou passiva)

A insolação clássica é o tipo mais comum, e ocorre principalmente devido à exposição prolongada ao calor excessivo, onde o corpo não consegue regular sua temperatura de forma eficaz. Esse tipo costuma ser mais comum em pessoas idosas e em crianças, graças à menor capacidade de termorregulação corporal de ambos os grupos.

• Principais sintomas: pele quente e seca, ausência de sudorese, temperatura corporal muito elevada (acima de 40 °C), náuseas, vômitos, dor de cabeça, pulso rápido e fraco, etc.

2. Insolação por esforço

Diferente do tipo comum, a insolação por esforço é causada, no geral, pelo exercício físico intenso em condições de muito calor e umidade. Essa condição afeta principalmente pessoas atletas e trabalhadoras braçais, que sofrem um aumento rápido da temperatura corporal ao desempenharem suas atividades com frequência.

• Principais sintomas: temperatura corporal elevada (acima de 40 °C), náuseas e vômitos, dor de cabeça, cãibras musculares, pulso rápido e forte, respiração rápida e superficial, etc.

Insolação: o que fazer para aliviar os sintomas a curto prazo?

Ao identificar os sintomas de insolação, é crucial agir rapidamente para evitar complicações graves. O tratamento para insolação pode ser a diferença entre uma recuperação rápida e problemas de saúde duradouros. Confira algumas orientações:

• Saia do sol: vá para um local fresco e sombreado ou, se possível, para um ambiente climatizado.

• Reduza a temperatura corporal: aplique compressas frias no pescoço, axilas e virilha. Se não tiver compressas, um banho frio pode ser uma boa alternativa.

• Hidratação: beba água fresca ou bebidas isotônicas para reidratar, mas evite aquelas com cafeína ou álcool, que podem desidratar ainda mais.

• Afrouxe as roupas: afrouxar ou remover as roupas pode ajudar na dissipação do calor corporal.

• Aumente a circulação de ar: utilizar ventiladores ou ar-condicionado pode auxiliar a resfriar o corpo mais rapidamente.

• Monitore os sintomas: se atente aos sintomas. Se não amenizarem, procure ajuda médica.

Leia também: O que é verdade e o que é mentira sobre protetor solar?

Cuidados após insolação: o que não pode faltar?

Agora que você já sabe o que é a insolação e quais são os principais sintomas, após passar por esse problema, é importante adotar algumas medidas para ter uma boa recuperação e evitar que isso aconteça novamente. Confira a seguir alguns cuidados essenciais:

1. Descanse

Primeiramente, o repouso é fundamental. Descansar em um ambiente fresco e arejado ajuda na recuperação, uma vez que permite que o corpo retorne à sua temperatura normal. 

Além disso, não adianta estar em repouso se você estiver desidratado(a), certo? Por isso, não se esqueça de ingerir líquidos como água e bebidas isotônicas, para garantir a reposição dos eletrólitos perdidos.

2. Fazer compressas ao longo do dia

A aplicação de compressas frias na pele pode aliviar os sintomas imediatos de desconforto. Por isso, elas também são muito úteis durante o período de recuperação, ajudando a prevenir complicações mais graves, especialmente nas áreas de maior concentração de calor, como axilas, pescoço e virilhas.

3. Evite sair em horários de pico

Para prevenir uma insolação, evite a exposição prolongada ao sol, especialmente durante as horas mais quentes do dia (entre 10h e 16h). Mas, caso precise sair, não se esqueça de usar bonés/chapéus e um filtro solar.

4. Use roupas leves

Escolha roupas leves, de tons claros e que não apertem o corpo. Prefira tecidos que permitam a transpiração, como algodão e linho, e evite aqueles mais grossos ou feitos com materiais sintéticos, como nylon e poliéster, que retêm o calor.

5. Garantir hidratação intensa

Por fim, é importante também lembrar dos cuidados com a pele após a insolação. Afinal, ela pode ser bastante prejudicada após um quadro dessa condição, necessitando de uma atenção extra para sua recuperação. Por isso, nesse contexto, é legal incluir no seu skincare os seguintes passos:

• Hidratantes faciais e corporais: aplique hidratantes suaves e sem perfume, com excelente poder de hidratação, duas vezes ao dia (de preferência após o banho) para hidratar a camada cutânea afetada e acelerar a recuperação.

• Itens à base de aloe vera: a aloe vera é conhecida pelas propriedades calmantes, que podem ajudar no alívio dos efeitos da insolação na pele.

• Fórmulas suaves: evite aplicar produtos agressivos, como maquiagem pesada e ácidos para tratamentos faciais, pois podem irritar ainda mais a pele.

Neste artigo, aprendemos mais sobre a insolação — uma condição grave causada pela exposição excessiva ao sol e ao calor intenso. Conhecemos seus sintomas e, por fim, as formas de tratamento para aliviar rapidamente os danos causados.

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