Câncer de pele: atenção aos cuidados no verão
Por ARYANE GOUVEA as 3:00 - 23/05/2025 Saúde
Compartilhar
Para algumas pessoas, o verão é sinônimo de mergulhos refrescantes, enquanto para outras, é o momento perfeito para pegar um bronzeado e aproveitar os dias ensolarados ao ar livre. Porém, mesmo entre a diversão, é importante manter os cuidados com a pele, especialmente em relação à exposição excessiva aos raios UV — um dos principais fatores desencadeadores do chamado câncer de pele.
Para se ter uma ideia da dimensão da doença, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) aponta que os tumores cutâneos respondem por 33% de todos os diagnósticos de câncer no Brasil. Um número bastante expressivo, não é mesmo? Por isso, todo cuidado é pouco e informação nunca é demais!
Com isso em mente, no artigo de hoje, vamos discutir o que é o câncer de pele, quais são seus principais sinais e, o mais importante, o que fazer ao identificar algum deles. Continue a leitura e confira!
O que é câncer de pele?
O câncer de pele é uma condição em que células cutâneas crescem de forma descontrolada e desordenada até formarem um tumor maligno, geralmente devido à exposição excessiva aos raios ultravioleta (UV) do sol ou de fontes artificiais, como câmaras de bronzeamento. Tais células se organizam em camadas e, dependendo das que são afetadas, são definidos os diferentes tipos de câncer — veremos os principais deles nos próximos tópicos.
Como mencionamos na introdução, essa condição é um dos cânceres mais comuns em nosso país, registrando a cada ano cerca de 185 mil novos casos (incluindo todos os seus tipos), de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Apesar desse número, é importante ressaltar que a doença tem cura, e as chances de recuperação são muito altas quando detectadas nos estágios iniciais.
O que causa câncer de pele?
O câncer de pele é uma doença complexa, influenciada por uma combinação de fatores de risco. Ou seja, não há uma única forma de desenvolver a condição, mas sim uma junção de hábitos que podem contribuir para isso. Segundo informações veiculadas pela Pfizer, dentre as principais causas estão:
1. Exposição solar excessiva e sem proteção
A exposição solar, especialmente à radiação ultravioleta (UV) do sol, é um dos principais contribuintes para o desenvolvimento do câncer em questão. Passar longas horas sob o sol sem proteção adequada pode danificar as células da pele, aumentando o risco de mutações que podem levar ao câncer. Isso acontece pois os raios UV conseguem alterar a estrutura do DNA, causando ligações anormais entre as células e outras moléculas saudáveis da pele.
2. Histórico familiar
Ter um histórico familiar de câncer de pele também aumenta significativamente o risco de uma pessoa desenvolver a doença. Isso ocorre porque familiares compartilham genes, hábitos e ambientes que podem predispor a tumores cutâneos. Portanto, se você possui parentes de primeiro grau diagnosticados com a doença, têm chances maiores de desenvolvê-la devido aos fatores genéticos hereditários.
Leia também: Mito ou verdade? Câncer é hereditário?
3. Histórico de queimaduras solares
Queimaduras solares especificamente durante a infância e juventude também podem aumentar o risco de desenvolver câncer de pele — pois a pele jovem é mais sensível aos raios UV, se comparada a uma derme madura. Nesse contexto, as queimaduras causadas pela radiação solar trazem danos mais significativos ao DNA das células dermatológicas, o que, ao longo prazo, pode levar a mutações e ao desenvolvimento de câncer.
4. Uso de câmaras de bronzeamento artificial
As câmaras, por emitirem raios UVA que estimulem a produção de melanina e o bronzeado, aumentam consideravelmente o risco de melanoma, o tipo mais agressivo de câncer de pele. O motivo é parecido com os citados nas demais causas: a radiação UVA emitida pelas câmaras danifica o DNA celular, levando ao envelhecimento precoce e aumentando o risco de mutações que causam câncer.
Leia também: Envelhecer é inevitável, mas não precisa ser antes do tempo
Tipos mais comuns de câncer de pele
Agora que conhecemos as principais causas do câncer de pele, é interessante saber quais são os tipos mais comuns da doença, certo? Existem, basicamente, três classificações principais para os tumores cutâneos, sendo eles:
1. Carcinoma basocelular (CBC)
O carcinoma basocelular é um tipo de câncer de pele que se origina na camada basal da epiderme e seus anexos, ou seja, nas camadas mais externas da pele, e representa cerca de 65% dos tumores epiteliais, conforme pontua a Biblioteca Virtual em Saúde.
É o tipo mais comum e menos agressivo, geralmente se apresentando como lesões ou nódulos na pele que aumentam lentamente. No geral, o CBC se desenvolve em áreas expostas ao sol (como cabeça e pescoço), mas também pode surgir em marcas de nascença no couro cabeludo (como o nevo sebáceo).
2. Carcinoma espinocelular (CEC)
Esse é um tipo de câncer de pele mais agressivo do que o carcinoma basocelular (CBC). Ele se origina nas células das camadas mais superficiais da pele, mais especificamente nos queratinócitos, e pode se espalhar para outros tecidos dermatológicos.
Embora qualquer parte do corpo possa ser afetada pelo CEC, ele é mais comum em áreas expostas ao sol, tais como rosto, lábios, orelhas, pescoço, costas e ombros. Já as lesões características dessa condição costumam se apresentar como áreas endurecidas, com bordas elevadas e cobertas por crostas/escamas.
3. Melanoma
Melanoma é o tipo mais agressivo de câncer de pele. O Grupo Brasileiro de Melanoma (GBM) o descreve como uma “doença caracterizada pela formação de células malignas (câncer) a partir dos melanócitos (células que dão cor à pele)”.
Contudo, por conta da agressividade, a detecção precoce é essencial para aumentar consideravelmente as chances de cura. O GBM ainda classifica o melanoma em quatro subtipos, os quais detalharemos a seguir.
Melanoma extensivo superficial: apresenta crescimento lento e horizontal, além de ser o tipo de melanoma mais recorrente.
Melanoma acral lentiginoso: mais comum em pessoas de pele negra, costuma aparecer nas palmas das mãos, plantas dos pés e sob as unhas.
Melanoma lentigo maligno: cresce devagar e, geralmente, afeta pessoas mais velhas e em áreas expostas ao sol, como rosto e pescoço.
Melanoma do tipo nodular: com crescimento rápido e vertical, é o subtipo mais agressivo, apresentando-se como um nódulo firme na pele.
Leia também: Doenças de pele: quais são e como tratar?
Câncer de pele: sintomas e sinais principais
Observar e trocar em sua pele é um dos passos mais importantes quando o assunto é detectar o câncer de pele logo no começo. Afinal, como vimos, o diagnóstico precoce é crucial para um tratamento eficaz e, muitas vezes, pode salvar vidas.
Para te ajudar no autoexame, alguns dos principais sinais a serem observados são:
I. Sinais de câncer de pele: o que procurar?
Aparecimento de manchas/lesões (especialmente se for escura ou assimétrica).
Alterações na cor, forma ou tamanho de manchas/lesões já existentes.
Manchas/lesões com textura escamosa, que podem coçar ou sangrar.
Sensações estranhas na pele (como coceira, dor ou sensibilidade persistentes).
Feridas com a cicatrização mais demorada que o normal.
Manchas/lesões com diferentes tons, como marrom, preto, vermelho, branco ou azul.
II. Dicas para o autoexame
Um método que pode ajudar no autoexame é a chamada “Regra ABCDE”, criada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) para avaliar pintas e manchas. Cada letra representa um aspecto importante a ser observado:
A de Assimetria: manchas/lesões que não são simétricas, com uma metade não correspondendo à outra.
B de Bordas irregulares: manchas/lesões de bordas “estranhas” com pontas, ondas ou qualquer formato diferente de um círculo.
C e Coloração desigual: múltiplas cores em uma mesma mancha/lesão, como tons de marrom, preto, azul ou vermelho.
D de Diâmetro: manchas/lesões maiores que 6 mm (aproximadamente o tamanho de uma borracha de lápis) devem ser monitoradas.
E de Evolução: mudanças na aparência da mancha/lesão deve ser avaliada por um(a) profissional.
Câncer de pele: tratamento
Após o diagnóstico de câncer de pele, o próximo passo é iniciar o tratamento. A escolha do método ideal depende do tipo, estágio e localização do câncer, além da saúde geral da pessoa paciente. Entre as opções disponíveis estão:
1. Cirurgia
Uma das opções mais comuns para tratar o câncer de pele, especialmente nos casos de câncer de pele não melanoma. Existem diferentes técnicas cirúrgicas utilizadas, como a cirurgia de Mohs, que primeiro remove o tumor visível e, depois, as bordas da lesão pouco a pouco.
2. Terapia fotodinâmica
A terapia fotodinâmica é uma abordagem menos invasiva que combina um medicamento fotossensibilizador com uma fonte de luz para destruir as células cancerígenas. Essa técnica também é geralmente utilizada em casos de câncer carcinoma basocelular e espinocelular.
3. Medicamentos
Os tratamentos com medicação podem incluir medicamentos oncológicos, quimioterápicos tópicos ou então medicamentos sistêmicos para casos mais avançados. Também fazem parte desse grupo as terapias direcionadas e imunoterapias, abordagens modernas no combate ao câncer.
4. Radioterapia
Por fim, a radioterapia é geralmente indicada quando a cirurgia não é viável ou para tratar áreas onde o procedimento cirúrgico é de alto risco. Essa técnica utiliza raios-x ou partículas radioativas para eliminar as células cancerosas.
Como prevenir o câncer de pele?
A prevenção é uma das estratégias mais eficazes quando se trata de combater o câncer de pele. Incorporar hábitos saudáveis à sua rotina diária pode reduzir significativamente o risco de danos solares e, claro, a probabilidade de desenvolver essa doença.
Aqui estão algumas práticas essenciais para proteger sua pele:
Diariamente, usar filtro solar com FPS 30 ou superior.
Aplicar filtro solar em todas as áreas expostas cerca de 15 minutos antes de sair ao sol, reaplicar a cada duas horas ou após nadar e suar.
Evitar câmaras de bronzeamento artificial.
Usar roupas longas em caso de exposição prolongada, além de chapéus/bonés e óculos de sol.
Evitar exposição durante os horários de pico, entre 10h e 16h, quando os raios UV são mais intensos.
Consultar um(a) dermatologia pelo menos uma vez ao ano para um check-up preventivo.
Leia também: Protetor solar: quando e quanto aplicar?
No artigo de hoje, entendemos quais os sintomas do câncer de pele, fatores de risco, tipos de intervenção e a importância do diagnóstico precoce. Além disso, destacamos a relevância da consulta anual com um(a) dermatologista, que com base em exames, histórico e demais avaliações médicas, te indicará qual o tratamento para câncer de pele é mais adequado, caso o diagnóstico seja confirmado.
Com uma intervenção alinhada, saiba que nas Farmácias Nissei você encontra uma categoria completa de medicamentos oncológicos, além de outros produtos de cuidados para a pele, como protetores solares e itens de tratamento.
Procure a Farmácia Nissei mais próxima de você ou confira todas as opções no site!

