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Doença celíaca: o que é, causas, sintomas, tratamento e mais!

Por CAROLINE GONCALVES DA COSTA as 17:30 - 27/06/2025 Saúde

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Causada pela intolerância ao glúten, a doença celíaca é uma condição autoimune na qual o organismo reage de forma adversa à exposição ao glúten — uma proteína presente especialmente em alimentos feitos com cereais, como massas, bolos e pães.

Segundo estimativas do Ministério da Saúde, atualmente, cerca de 2,5 milhões de pessoas no Brasil sofrem com a doença celíaca, que, se não tratada, pode trazer sintomas desconfortáveis, incluindo fortes dores abdominais, náuseas e gases excessivos.

Neste texto, vamos explicar tudo o que você precisa saber sobre essa doença: o que é, suas causas, sintomas, formas de tratamento e dicas de alimentos para incluir ou evitar na dieta, caso você tenha recebido o diagnóstico da condição. Continue lendo para saber mais!

Glúten: o que é?

Antes de falarmos sobre a doença celíaca e suas particularidades, é importante entender o que é o glúten. Trata-se de uma proteína encontrada principalmente em cereais como no trigo, na cevada e no malte, por exemplo. 

Ele também é muito utilizado para dar elasticidade e textura a pães, massas e bolos, além de funcionar como uma espécie de “cola”, unindo os ingredientes e garantindo a estrutura dos alimentos.

Assim, nas pessoas portadoras da doença celíaca, o sistema imunológico entende essa proteína como uma “ameaça”, e então, desencadeia uma resposta imunológica e inflamatória que ataca o intestino delgado. Por isso, é comum a crença de que o glúten inflama.

Doença celíaca: o que é e como ela afeta o organismo?

A doença celíaca, como mencionamos, é uma condição autoimune em que, ao entrar em contato com o glúten, o organismo da pessoa desencadeia uma forte resposta imunológica e inflamatória em que células de defesa naturais agridem as demais células, especialmente as da parede interna do intestino delgado — que possuem vilosidades, ou seja, pequenas projeções responsáveis pela absorção de nutrientes.

Geralmente, os sintomas começam a aparecer entre os 6 meses e 2 anos, e, se essa inflamação crônica não for devidamente controlada, pode comprometer a absorção de nutrientes essenciais para o corpo, já que o organismo passa a ter dificuldades em reter as vitaminas, sais minerais e água dos alimentos ingeridos.

Vale ainda mencionar que além do intestino delgado, a doença celíaca não tratada pode afetar os demais órgãos e sistemas, resultando em manifestações extra intestinais como a dermatite herpetiforme, quadros de anemia, osteoporose e até mesmo distúrbios neurológicos.

Leia também: O intestino é seu “segundo cérebro”. Cuide bem dele e viva melhor

Sintomas e sinais de intolerância ao glúten

A doença celíaca apresenta diversos sintomas, que podem variar de pessoa para pessoa. No entanto, os principais efeitos da intolerância ao glúten no organismo incluem:

  1. Problemas gastrointestinais (constipação, diarreia, dor abdominal, náuseas e vômitos).

  2. Fadiga crônica.

  3. Gases excessivos.

  4. Perda de peso inexplicada.

  5. Dores de cabeça frequentes.

  6. Anemia (por deficiência de ferro).

  7. Erupções cutâneas na pele.

  8. Dores nas articulações.

  9. Alterações de humor.

  10.  Formigamento nas mãos e pés.

Como é feito o diagnóstico da doença celíaca?

O diagnóstico precoce da doença celíaca é essencial para evitar complicações a longo prazo. Por isso, o processo de diagnóstico envolve algumas etapas que ajudam tanto pacientes quanto profissionais de saúde a obter uma resposta positiva ou negativa mais rápido. No geral, fazem parte desse processo:

Etapa 1: exame de sangue

Os testes sanguíneos são frequentemente o primeiro passo e procuram por anticorpos no sangue, especificamente o anti-transglutaminase tecidual (tTG-IgA). Assim, se o tTG-IgA estiver presente em grandes quantidade no resultado do exame, pode ser um indicativo de uma reação imunológica ao glúten — o que, por fim, sugere que a pessoa seja portadora da doença celíaca.

Etapa 2: biópsia do intestino delgado

A próxima abordagem para o diagnóstico da doença celíaca, no geral, é a biópsia do intestino delgado, especialmente se os resultados do exame de sangue forem positivos para o anticorpo anti-transglutaminase tecidual. Nesse contexto, a biópsia pode ser realizada para confirmar o diagnóstico, analisando agora o dano às vilosidades intestinais. 

Geralmente, ela é realizada por meio de endoscopia, procedimento em que um tubo flexível com uma câmera na ponta é inserido pela boca até o intestino delgado, permitindo a visualização do interior do órgão e coleta de pequenas amostras de tecido para análise laboratorial posterior.

Etapa 3: análise do tecido

A amostra coletada durante a biópsia é então examinada em laboratório por um(a) médico(a) patologista, que verificará se há lesões nas vilosidades do intestino — uma das principais características da doença celíaca. Se elas estiverem bastante “machucadas”, o diagnóstico da condição é então confirmado.

A intolerância ao glúten tem cura?

A busca por uma cura para a intolerância ao glúten e, consequentemente, para a doença celíaca, é um tema de grande interesse. No entanto, atualmente, não existe cura definitiva. A única abordagem eficaz até o momento continua sendo a adesão rigorosa a uma dieta livre de glúten.

Esse “tratamento” consiste em eliminar totalmente o glúten da alimentação diária, o que exige ter mais atenção aos rótulos dos alimentos e uma maior consciência sobre possíveis fontes ocultas dessa proteína. 

Dessa forma, é possível não só aliviar os sintomas e desconfortos, mas também prevenir complicações mais grave no longo prazo.

Dieta celíaca: o que comer e o que evitar?

Adotar uma dieta sem glúten é fundamental para quem recebeu o diagnóstico da doença celíaca, afinal, como vimos, é a única maneira de evitar os efeitos da proteína no organismo. 

Para facilitar a adaptação a essa nova fase, preparamos um guia prático com alimentos recomendados e aqueles que devem ser evitados. Confira a seguir!

I. Alimentos recomendados

  • Grãos e farinhas: arroz (todos os tipos), milho, quinoa, trigo-sarraceno, amaranto, painço, sorghum e tapioca são naturalmente livres de glúten

  • Proteínas: carnes vermelhas, carnes brancas (peixe e frango) e ovos.

  • Frutas e vegetais: todas as variedades frescas são seguras.

  • Leguminosas: feijões, lentilhas, grão-de-bico e ervilhas são ótimas alternativas.

  • Laticínios: leite, queijos e iogurtes naturais são seguros, mas fique de olho nos produtos com possíveis aditivos.

II. Alimentos não recomendados

  • Grãos e derivados: trigo, centeio, cevada, malte e derivados (incluindo pães, bolos, biscoitos, pizzas, massas, etc.).

  • Cervejas tradicionais: a maioria contém cevada e malte na composição.

  • Alimentos processados: molhos, sopas, temperos, produtos empanados, embutidos, cereais matinais e doces podem conter glúten.

  • Bebidas alcoólicas não fermentadas: rum, gim e whisky, por exemplo, são geralmente feitos a partir de grãos como trigo ou cevada.

Tire suas dúvidas sobre a doença celíaca

Agora que já entendemos o que é a doença celíaca, seus sintomas e tratamentos disponíveis, é normal que algumas dúvidas surjam. Com isso em mente, a seguir, respondemos algumas perguntas frequentes sobre a doença.

1. A doença celíaca é hereditária?

Segundo o Ministério da Saúde, a doença celíaca é, sim, uma condição hereditária. Pessoas que possuem parentes de primeiro grau com a doença têm 1 chance em 10 de desenvolvê-la, em qualquer idade, após consumir glúten.

2. Se eu tiver a doença celíaca, isso significa que nunca poderei comer alimentos com glúten?

Infelizmente, sim. Como mencionamos anteriormente, o único tratamento atual totalmente eficaz para a doença celíaca é a adoção de uma dieta 100% livre de glúten. 

Por isso, para controlar os sintomas e prevenir complicações a longo prazo (como deficiências nutricionais), é fundamental evitar o glúten sempre que possível, para o resto da vida. 

3. A doença celíaca pode levar a outras doenças autoimunes?

Sim, a doença celíaca pode levar a outras doenças autoimunes. Estudos publicados no Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences mostram que a doença celíaca pode aumentar o risco de outras condições autoimunes, como as da tireoide (tireoidite de Hashimoto e doença de Graves, por exemplo). Essa ligação sugere que elas compartilham causas genéticas e imunológicas semelhantes.

4. Quais são complicações a longo prazo podem surgir se a doença celíaca não for tratada adequadamente?

Estão entre as complicações a longo prazo podem surgir se a doença celíaca não for tratada adequadamente:

  • Deficiências nutricionais.

  • Osteoporose.

  • Problemas na fertilidade.

  • Linfoma intestinal.

  • Neuropatia periférica (disfunção de um ou mais nervos periféricos).

  • Ataxia (problemas de coordenação).

  • Dermatite herpetiforme (erupção cutânea com coceira).

5. É necessário fazer exames de acompanhamento após o diagnóstico da doença celíaca?

Sim, o acompanhamento médico é indispensável após o diagnóstico de doença celíaca. Afinal, por se tratar de uma condição ainda sem cura definitiva, consultas médicas e exames periódicos são necessários para monitorar a saúde da pessoa portadora da doença, além de ajudarem a avaliar como o tratamento está progredindo e a prevenir complicações.


Neste artigo, exploramos em detalhes o que é a doença celíaca, seus principais sintomas e sinais, os alimentos permitidos para celíacos e celíacas e, claro, o tratamento mais eficaz para controlar a progressão da doença. 

Lembrando que caso você suspeite que tem a condição ou esteja há algum tempo sentindo os sintomas mencionados, marque uma consulta médica para receber a devida orientação profissional, combinado?

Para aliviar os desconfortos que podem ser causados pela doença celíaca, saiba que nas Farmácias Nissei você encontra uma seleção completa de medicamentos, incluindo opções de antieméticos (para náuseas e vômitos), analgésicos (para dores abdominais), antiflatulentos e digestivos (para gases) além de muitos outros para cuidar da sua saúde

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