Dermatite: o que é, quais tipos, sintomas e como tratar!
Por CAROLINE GONCALVES DA COSTA as 11:41 - 5/08/2025 Saúde
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A dermatite é uma condição inflamatória comum que possui diferentes manifestações no organismo, afetando pessoas de todas as idades. Conhecida por gerar muita coceira e vermelhidão, ela costuma causar grande desconforto se não for tratada adequadamente.
Por isso, para aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida das pessoas que convivem com essa condição, é essencial adotar alguns cuidados e hábitos específicos.
Neste artigo, vamos explicar tudo o que você precisa saber sobre a dermatite, incluindo sua definição, principais tipos e sintomas, além das formas de tratamento mais utilizadas atualmente. Acompanhe!
Dermatite: o que é?
O termo dermatite está relacionado a uma inflamação da pele, sendo mais usado para descrever um grupo de doenças dermatológicas que compartilham o mesmo padrão de reação inflamatória ou sintomas parecidos. Entre esses sinais, estão: vermelhidão, coceira e, por vezes, descamação e espessamento da derme.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), por meio do Censo de Doenças de Pele no Brasil, aponta que cerca de 40% da população brasileira tem algum problema relacionado à pele. Entre essas condições, estão as diversas formas de dermatite, que podem aparecer em qualquer idade e afetar diferentes partes do corpo.
Dermatite: causas e fatores desencadeantes
A dermatite é uma condição complexa, frequentemente influenciada por uma combinação de fatores. Por isso, compreender as causas mais comuns é fundamental para identificar e tratar corretamente a doença. A seguir, você confere as principais delas:
I. Fatores ambientais
Os fatores ambientais desempenham um papel importante no surgimento da dermatite. Isso porque os poluentes (como fumaça de cigarro e produtos químicos industriais) e as condições climáticas extremas (tanto o frio quanto o calor excessivo), por exemplo, podem danificar a barreira protetora da pele e torná-la mais vulnerável às inflamações.
Além disso, é importante mencionar que os alérgenos comuns, como poeira, ácaros e certos alimentos, assim como o contato com irritantes físicos ou químicos, como sabonetes agressivos e tecidos ásperos, podem ser gatilhos que agravam os sintomas e provocam surtos da dermatite.
II. Fatores genéticos
A predisposição genética também tem um papel importante no surgimento da dermatite. Ou seja, pessoas com histórico familiar da dermatite ou de outras condições alérgicas, incluindo asma e rinite alérgica, estão mais propensas a desenvolver tal condição.
Vale destacar que, segundo uma pesquisa disponível na Revista Brasileira de Imunologia e Hematologia Sanguínea, mutações nos genes que regulam a função da barreira cutânea podem aumentar a vulnerabilidade à dermatite, especialmente a forma atópica. Assim, tais alterações genéticas prejudicam a proteção natural da pele, tornando-a ainda mais sensível e suscetível a um quadro inflamatório.
III. Fatores comportamentais
Certos comportamentos e hábitos também podem agravar ou favorecer o desenvolvimento da dermatite. Por exemplo, o uso frequente de produtos de cuidado pessoal com fragrâncias fortes e muitos conservantes pode irritar a pele.
Isso acontece porque, em alguns casos, esses produtos contêm ativos como parabenos e ftalatos, os quais são frequentemente associados à sensibilização da camada cutânea, facilitando o início de uma inflamação.
Além disso, o estresse é outro fator que pode favorecer um quadro de dermatite, uma vez que o cortisol, apelidado de “hormônio do estresse”, tem um efeito supressor nas respostas imunológicas do organismo, fazendo com que a produção de linfócitos diminua e a comunicação entre as células do sistema imune seja prejudicada.
Sinais e sintomas de dermatite
Apesar de ser um termo que abrange diversas manifestações da doença, alguns sintomas da dermatite são recorrentes. Geralmente, eles variam em intensidade dependendo da pessoa e da gravidade da condição. Entre os principais sinais da dermatite, estão:
Vermelhidão (eritema).
Coceira.
Ressecamento.
Descamação cutânea.
Bolhas que liberam líquido ou crostas.
Sensibilidade e inchaço local.
Liquenificação (pele mais espessa).
Leia também: Doenças de pele - quais são e como tratar?
Tipos de dermatite: características e impactos na pele
Agora que já entendemos o que é a dermatite, suas principais causas e os sintomas mais comuns, podemos explorar suas diferentes manifestações, cada uma com características e sintomas específicos. A seguir, você confere os seis tipos maisn comuns:
1. Dermatite atópica
A dermatite atópica é uma doença crônica e hereditária, que causa inflamação na pele, geralmente aparecendo na infância. Ela é caracterizada por pele seca, coceira intensa e erupções que podem inflamar com o tempo, afetando principalmente áreas como joelhos, cotovelos, braços e rosto.
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o quadro clínico da dermatite atópica varia conforme a fase da doença. Ela pode ser dividida em três estágios: fase infantil (dos 3 meses aos 2 anos), fase pré-puberal (dos 2 aos 12 anos) e fase adulta (a partir dos 12 anos).
2. Dermatite seborreica
A dermatite seborreica, também conhecida como seborreia, é uma forma de dermatite relacionada à resposta inflamatória ao crescimento excessivo de leveduras, chamadas Malassezia, que naturalmente habitam a superfície da pele.
Sua principal característica são as escamas oleosas e amareladas em áreas com muitas glândulas sebáceas, como o couro cabeludo, rosto e parte superior corporal. Por isso, os sintomas da seborreia incluem manchas descamativas e vermelhas na pele, o aparecimento de caspas, coceira moderada e leve vermelhidão na área afetada.
3. Dermatite de contato
A dermatite de contato é causada pelo contato direto com substâncias ou elementos irritantes. Entre as principais causas, estão produtos de limpeza, de beleza, metais e até plantas.
A condição se manifesta com erupções vermelhas, coceira intensa e, em casos mais graves, bolhas e descamação. Normalmente, a inflamação aparece somente na região que teve contato com o agente irritante.
Um exemplo comum é o uso de bijuterias com níquel, um metal que pode causar erupções ao redor do dedo, pulso ou pescoço em pessoas sensíveis.
4. Dermatite numular
A dermatite numular é uma condição inflamatória da pele caracterizada por erupções cutâneas arredondadas, semelhantes a moedas, com bordas bem definidas e coloração avermelhada.
Essas manchas costumam causar coceira intensa e podem surgir em qualquer parte do corpo, sendo mais comuns nos braços e pernas. Por ter uma aparência semelhante a outras condições, não é incomum que a dermatite numular seja confundida com outras doenças, como a psoríase ou infecções fúngicas.
Por isso, um diagnóstico médico preciso é indispensável para garantir o tratamento dermatológico adequado.
5. Dermatite herpetiforme
A dermatite herpetiforme é uma condição crônica dermatológica que surge como uma reação imunológica ao glúten. Sua causa está associada à genética e à ingestão da proteína, e seus sintomas incluem coceira intensa, sensação de queimação e aglomerados de bolhas avermelhadas, geralmente, nos cotovelos, joelhos e nádegas.
Já o diagnóstico da dermatite herpetiforme costuma envolver exames de sangue para anticorpos específicos e biópsias de pele para identificar depósitos de Imunoglobulina A — um tipo de anticorpo relacionado à imunidade das mucosas.
6. Dermatite perioral
A dermatite perioral é uma condição da pele que aparece como uma erupção ao redor da boca, podendo se espalhar para o nariz e os olhos. Embora suas causas exatas ainda não sejam totalmente conhecidas, acredita-se que o uso excessivo de cremes esteroides tópicos e produtos cosméticos irritantes tenha um papel importante no seu desenvolvimento.
Seus sintomas incluem vermelhidão, pequenas pústulas e uma sensação de queimação ou coceira na área afetada. Essas características podem ser confundidas com acne ou rosácea, sendo essencial obter um diagnóstico médico preciso para garantir o tratamento correto.
A dermatite é contagiosa?
A dermatite, em suas diferentes formas, costuma gerar dúvidas sobre a possibilidade de ser contagiosa. No entanto, já adiantamos que a condição não é transmissível. Ou seja, ao contrário das infecções virais ou bacterianas, ela não se espalha de pessoa para pessoa por meio do contato direto.
Os mitos sobre sua contagiosidade, no geral, surgem devido à aparência das lesões, que costumam ser vermelhas e escamosas. No entanto, essas características são somente manifestações de uma resposta interna do corpo, e não de um agente potencialmente infeccioso para as demais pessoas.
A dermatite tem cura?
Atualmente, a dermatite e suas diferentes manifestações não têm uma cura definitiva. Porém, isso não significa que a condição não possa ser bem controlada.
Com as diferentes opções de tratamento disponíveis e com um acompanhamento médico adequado, é possível gerenciar os sintomas e melhorar significativamente a qualidade de vida de quem vive com a condição.
Dermatite: como tratar os sintomas?
Antes de explicar as abordagens, é importante destacar que a escolha do tratamento ideal varia conforme a gravidade e o tipo da condição, mas geralmente envolve uma combinação de:
1. Corticosteroides tópicos
Cremes e pomadas com ação corticosteroides são frequentemente a primeira linha de tratamento dos sintomas da dermatite, sendo eficazes na redução da inflamação e no alívio da coceira.
Para casos mais resistentes, os inibidores de calcineurina tópicos (medicamentos que tratam doenças autoimunes) podem ser prescritos como alternativa aos corticosteroides, especialmente em casos de dermatite atópica, moderada a grave.
2. Medicamentos
Medicamentos orais, como anti-histamínicos, são comumente usados para aliviar a coceira, enquanto corticosteroides podem ser prescritos para reduzir a inflamação.
Em casos mais graves, nos quais a pessoa não responde bem aos outros tratamentos, o(a) médico(a) pode receitar um imunossupressor — um tipo de fármaco que diminui a atividade do sistema imunológico, portanto, ajuda a controlar os sintomas da doença.
3. Terapias complementares
Além dos tratamentos medicamentosos, algumas terapias podem ser úteis no controle da dermatite. A fototerapia, por exemplo, ao utilizar a luz UV em doses controladas para modular a resposta imunológica das células da pele, pode ajudar a reduzir inflamações e coceiras em casos moderados a graves da doença.
5 cuidados com a pele com dermatite
Além da terapia medicamentosa, cuidar da pele afetada pela dermatite exige certa atenção extra e cuidados mais específicos para melhorar a qualidade de vida da pessoa portadora da condição. Entre esses cuidados, estão:
Mantenha uma rotina de limpeza suave: utilize sabonetes hipoalergênicos e sem fragrância, evitando ativos que irritem a pele. Ao secar, prefira dar leves batidinhas com a toalha em vez de esfregar.
Hidrate a pele: aposte em cremes ou loções hidratantes que contenham ingredientes umectantes, que podem ajudar a restaurar a barreira cutânea.
Adote hábitos mais saudáveis: mantenha as unhas curtas para evitar lesões ao coçar, e opte por roupas de algodão, que permitem que a pele respire melhor.
Evite gatilhos: identifique possíveis gatilhos no ambiente, como ácaros ou substâncias químicas presentes nos produtos de limpeza.
Cuide do seu bem-estar emocional: o estresse é um fator agravante da dermatite, por isso, invista em atividades relaxantes como yoga ou meditação.
Nas Farmácias Nissei você encontra uma ampla variedade de medicamentos para auxiliar no tratamento da dermatite — incluindo anti-histamínicos, corticosteroides e produtos específicos para os cuidados com a pele sensibilizada pela doença.
Mas lembre-se que para definir o melhor tratamento para a dermatite, é essencial realizar uma consulta médica. Se precisar de ajuda farmacêutica, procure a Farmácia Nissei mais próxima de você e conte com nossa equipe de especialistas!

