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Tireoide: o que é, para que serve e doenças relacionadas

Por CAROLINE GONCALVES DA COSTA as 11:28 - 2/05/2025

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Apesar de pequena, a glândula tireoide, que possui cerca de 25 gramas em pessoas adultas, têm um papel importantíssimo no nosso organismo. Ela desempenha funções como regulação do peso, memória, concentração, humor, ciclo menstrual e até fertilidade. Mas e quando ela não funciona direito? Quais doenças podem afetar a tireoide?

Neste artigo, conheceremos mais a fundo a tireoide, desde sua função no organismo até as doenças que podem afetá-la, como hipotireoidismo e hipertireoidismo, seus sintomas, causas e tratamentos. Vamos lá?


O que é tireoide?

A tireoide é uma pequena glândula em forma de borboleta localizada na base do pescoço, que atua na regulação do metabolismo do corpo humano.

Ela é controlada pela hipófise, outra pequena glândula na base do cérebro que produz o hormônio estimulante da tireoide (TSH), responsável por sinalizar a liberação de mais ou menos hormônios, dependendo das necessidades do corpo.

Os hormônios tireoidianos são essenciais para o crescimento e desenvolvimento em todas as fases da vida — sendo especialmente importantes durante a infância, quando ajudam no desenvolvimento cerebral e ósseo.

Qual a função da tireoide?

Sua principal função é produzir os hormônios tireoidianos, tri-iodotironina (T3) e tiroxina (T4), que regulam o ritmo de diversas atividades biológicas, desde a frequência cardíaca até a taxa em que seu corpo queima calorias, por exemplo. A tireoide também produz calcitonina — hormônio que ajuda a regular os níveis de cálcio no sangue —, sendo crucial na manutenção da densidade óssea e na prevenção da osteoporose.

É importante destacar que um desequilíbrio nos níveis de hormônios tireoidianos pode causar uma série de problemas de saúde. Quando a tireoide produz muito pouco desses hormônios, você pode desenvolver hipotireoidismo. 

Por outro lado, a produção excessiva dos fluidos tireoidianos resulta no que conhecemos como hipertireoidismo. Entenderemos melhor a diferença entre essas condições a seguir.

Diferenças entre hipertireoidismo e hipotireoidismo

Agora que já sabemos o que é e para que serve a tireoide, vale a pena conhecer as principais diferenças entre o hipertireoidismo e o hipotireoidismo. Afinal, esses distúrbios podem impactar significativamente tanto a saúde quanto o bem-estar geral.

1. O que é hipertireoidismo?

O hipertireoidismo é caracterizado por uma superprodução de hormônios tireoidianos. Segundo o Ministério da Saúde, essa condição pode ser desencadeada por diversos fatores, incluindo:

  • Doença de Graves, quando o sistema imunológico começa a produzir anticorpos que atacam a própria glândula tireoide.

  • Excesso de iodo presente em alguns medicamentos, como amiodarona e interferon-alfa.

  • Surgimento de nódulos na glândula, que começam a produzir e a secretar hormônios tireoidianos excessivamente.

A longo prazo, essa condição pode levar a complicações ainda mais sérias, incluindo arritmias e insuficiência cardíaca, osteoporose e oftalmopatia de Grave (quando os músculos e tecidos ao redor dos olhos inflamam).

2. O que é hipotireoidismo?

Por outro lado, o hipotireoidismo acontece quando há uma produção insuficiente de hormônios tireoidianos. A SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) pontua que, na maioria dos casos, a condição é causada pela inflamação Tireoidite de Hashimoto — disfunção autoimune que faz com que o organismo produza anticorpos que danificam a tireoide, diminuindo sua capacidade de produção dos hormônios. 

Assim, a longo prazo, o hipotireoidismo pode causar derrame pericárdico, insuficiência cardíaca e problemas neurológicos, como neuropatia periférica e declínios cognitivos.

Distúrbios da tireoide: sintomas mais comuns de cada condição

Depois de diferenciar o hipertireoidismo e do hipotireoidismo, vamos identificar os principais sinais de cada um dessas condições. Os sintomas podem variar bastante, contudo alguns são bem comuns e merecem atenção.

Hipertireoidismo: sintomas principais

São sintomas de hipertireoidismo:

  • Fome excessiva.

  • Emagrecimento sem causa aparente.

  • Calor e suor em excesso.

  • Perda de cabelo.

  • Aumento do volume do pescoço.

  • Insônia.

  • Alterações menstruais.

  • Evacuações frequentes.

Hipotireoidismo: sintomas principais

Dentre os sintomas de hipotireoidismo, temos:

É importante lembrar que sintomas descritos, sozinhos ou em conjunto, também podem indicar outros problemas de saúde. Se eles persistirem, não hesite em procurar assistência médica para ter um diagnóstico mais preciso.

Leia também: Corticoides: o que são, tipos, para que servem e efeitos colaterais

Principais tratamentos para doenças relacionadas à tireoide

Cada caso de problema na tireoide é único, por isso, o tratamento também varia bastante. Contudo, no geral, as principais abordagens envolvem:

1. Tratamento medicamentoso

Se o problema for hipotireoidismo, o tratamento envolve a reposição hormonal do T4, geralmente com o medicamento levotiroxina. Já para o hipertireoidismo, as opções são:

  • Medicamentos antitireoidianos: ajudam a diminuir a produção dos hormônios.

  • Betabloqueadores: controlam os sintomas como coração acelerado e tremores.

2. Iodoterapia

A iodoterapia é outro tipo de tratamento para problemas na tireoide, como câncer e hipertireoidismo. Ela consiste em utilizar o iodo radioativo para destruir as células doentes da tireoide sem prejudicar as células saudáveis, podendo ser administrado em forma de cápsula ou de líquido.

3. Cirurgia

Em casos mais graves de disfunção na tireoide, uma intervenção cirúrgica pode ser necessária. Por exemplo, quando a pessoa tem bócio (aumento da glândula tireoide), causando sintomas como dificuldade para respirar ou engolir, a cirurgia remove parte ou toda a glândula. A cirurgia também pode ser a solução para remover nódulos na tireoide potencialmente cancerígenos.

A relação entre alimentação e saúde da tireoide

Você sabia que alimentação influencia na saúde da tireoide? O que comemos tem tudo a ver com o bom funcionamento dessa glândula tão importante.

Os alimentos ricos em iodo, como frutos-do-mar e produtos lácteos, são essenciais para a produção dos hormônios da tireoide. Além disso, alimentos com selênio (nozes do Brasil, peixe, ovos) e zinco (carne vermelha, frango, grãos integrais) também podem auxiliar na função tireoidiana adequada.

Por outro lado, uma dieta rica em alimentos processados e pobres em nutrientes pode prejudicar a saúde da tireoide. Alimentos goitrogênicos, como couve-flor, brócolis e soja, quando consumidos em abundância, podem interferir na absorção de iodo pela tireoide. Por isso, cuidado com os excessos!

Resumindo: cuidar da alimentação é essencial para a saúde da sua tireoide. Uma dieta equilibrada ajuda a prevenir problemas e ainda contribui para o bom funcionamento do corpo como um todo. Mas não esqueça: antes de fazer grandes mudanças no cardápio, vale a pena consultar um(a) profissional de saúde!

Leia também: Cinco alimentos saudáveis para consumir no dia a dia

Por que um diagnóstico precoce do hipertireoidismo é essencial?

O hipertireoidismo é, provavelmente, o distúrbio relacionado à tireoide mais conhecido. E para evitá-lo, ter seu diagnóstico logo no começo dessa condição faz toda a diferença na hora de começar o tratamento, além de prevenir complicações mais sérias.

Um diagnóstico tardio, por outro lado, pode ter consequências graves. Por exemplo, se a condição não for tratada, pode ocorrer uma crise tireotóxica — emergência médica que pode causar insuficiência cardíaca e até a morte

Além disso, o coração também pode sofrer com arritmias, como a fibrilação atrial, que aumenta as chances de ter um AVC. Por esses e outros motivos, é muito importante procurar uma figura médica ao notar qualquer sintoma de hipertireoidismo.

Vale mencionar que, com um diagnóstico e tratamento precoce, é possível ter uma vida mais saudável. Os sintomas clássicos que o hipertireoidismo causa, como insônia, tremores e coração acelerado, podem comprometer bastante a rotina. Mas, ao seguir o devido tratamento, você terá mais disposição e bem-estar. 

Leia também: Doenças cardiosvasculares: saúde do coração

Mitos sobre os distúrbios da tireoide

Concluindo nosso guia sobre a tireoide, vamos desmistificar alguns mitos sobre essa glândula tão importante que, infelizmente, ainda são propagados. 

1. “A tireoide só causa problemas em mulheres”

Apesar de mais comuns em mulheres (5 a 10% segundo a clínica IMEB - Imagens Médicas de Brasília), as doenças da tireoide também afetam os homens, que não devem ignorar os sintomas.

2. “Distúrbios da tireoide sempre levam ao ganho de peso”

Embora o ganho de peso seja um sintoma comum do hipotireoidismo, nem todos os distúrbios da tireoide levam ao aumento de peso. O hipertireoidismo, por exemplo, pode causar perda de peso. É importante observar outros sintomas e consultar uma figura médica para diagnóstico.

3. “Se eu tenho um distúrbio da tireoide, certamente vou sentir sintomas”

Muitos distúrbios da tireoide podem ser silenciosos e só são descobertos durante exames de rotina. Por isso, é essencial estar com os check-ups médicos em dia para que, caso seja identificada alguma alteração, o tratamento possa ser iniciado o mais breve possível.

4. "Nódulos na tireoide são sempre câncer."

A realidade é que a maioria dos nódulos na tireoide são benignos — não apresentam risco de vida ou de se espalhar para outras partes do corpo. É fundamental realizar exames para investigar a natureza do nódulo e determinar o tratamento adequado, mas o diagnóstico de câncer é o menos frequente.


Neste artigo, aprendemos o que é, as funções, a relação com a alimentação e os principais sintomas de tireoide. Também vimos detalhes sobre o hipertireoidismo e o hipotireoidismo, além dos tratamentos mais procurados para a manutenção desses distúrbios. 

E lembre-se: com um tratamento definido no consultório do(a) endocrinologista, você pode encontrar os medicamentos ideais para te auxiliar nas Farmácias Nissei, além de diversos outros produtos essenciais para o cuidado da saúde.

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Leia também: Doenças de pele: quais são e como tratar?

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